A Influência da Música no Organismo
Por Flávia Nogueira
Musicoterapeuta, musicista
e professora de música
A
 música sempre foi uma constante na vida do homem e, por isso mesmo, 
ela é tão antiga quanto a humanidade. Ela era utilizada em rituais, 
para diversão e até para curar doenças. Os primeiros relatos da música 
combatendo enfermidades foram encontrados em papiros médicos egípcios, 
milênios de anos antes de Cristo, os quais atribuíram ao encantamento da
 música uma influência na fertilidade da mulher. A música pode atuar 
sobre o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea, a respiração cardíaca e 
inclusive sobre as glândulas endócrinas, liberando adrenalina e outros 
hormônios.
É
 também comprovado que a música influencia a condução elétrica do corpo e
 o equilíbrio do sistema nervoso, com isso provoca reações e deixa os 
nervos à flor da pele, “eriçados”. Enquanto há música que produz um 
equilíbrio na mente e no organismo todo, também há a música que acaba 
desestruturando totalmente as reações de nosso organismo, alterando os 
padrões considerados normais.
Os
 sons graves nas fórmulas rítmicas repetitivas, em batidas marcantes, 
com o volume acima de certo número de decibéis, com a atmosfera sonora 
criada pelos instrumentos e baterias usados na música popular, afetam 
diretamente a glândula Pituitária, ou Hipófise, localizada bem no meio 
da cabeça; excitam-na e fazem que seus hormônios influenciem todo o 
metabolismo do corpo, bem como as glândulas sexuais; enfim, afetam a 
química corporal por completo, fazendo o organismo se sentir num clima 
totalmente alterado. .(ARAUJO, 1998, p. 28).
O cérebro humano também pode ser alterado dependendo das exposições à musica, podendo ser esculpido por ela - Veja O  CÉREBRO DO MÚSICO.  
Na
 maioria das pessoas, o lado direito do cérebro favorece a análise da 
harmonia e do contorno melódico e o esquerdo mostra especial talento 
para processar o ritmo. Os músicos profissionais costumam ser tão 
analíticos que ocorre neles uma dominância do cérebro esquerdo.
A
 música é em geral percebida através da parte do cérebro que recebe os 
estímulos das emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida 
aos centros cerebrais envolvidos com a razão e a inteligência. Por estes
 motivos, acaba afetando a pessoa sem que ela se dê por conta, assim a 
resposta à música ocorre mesmo quando o ouvinte não está dando uma 
atenção consciente a ela.
Quando
 o som chega ao cérebro, ele irá atuar no sistema límbico (sistema 
primitivo do cérebro). Em uma situação de stress, medo ou tristeza, é 
enviada uma mensagem para o hipotálamo, que ordena a que liberação de 
hormônios específicos, gerando ao fim, a liberação de uma substância 
anestésica chamada cortisol. 
Segundo
 estudos e pesquisas, a utilização da música em terapia (musicoterapia),
 é utilizada com sucesso no controle da dor crônica. 
A liberação do cortisol citado acima faz com que a audição musical promova um efeito analgésico.
Em
 pesquisa realizada com pacientes com câncer no Hospital Israelita 
Albert Einstein de São Paulo, constatou-se que o uso da música gera 
efeitos fisiológicos semelhantes à morfina.
“A música tem o mesmo efeito que a morfina, parece que tirou a dor de dentro de mim”.
Acho que ao invés de morfina, vou pedir uma dose de música clássica, o que você acha?”

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